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Aspectos da medicina de Hildegard von Bingen

 

As curas de Hildegarda são fundamentadas numa certa visão do mundo, que por sua vez está alicerçada numa vivência de fé.

A “origem e tratamento das doenças” começa com a criação do mundo, passa para o edifício do cosmos e vai até aos elementos do mundo. Hildegarda começa por descrever a criação do homem, o seu estado embrionário, as fases do crescimento e as condições do corpo saudável e enfermo.

As doenças são tratadas sistematicamente “da cabeça aos pés” e depois colocadas num espaço maior, onde o homem é considerado como obra de Deus (opus operationis Dei) e ser criado (homo operans). Pelo seu falhanço, tomou-se um ser fraco (homo destitutus), caduco e doente, sujeito à morte.

A ânsia de autonomia (superbia) perturba a sua relação com as criaturas; o homem tomou-se rebelde (homo rebellis) e carrega as suas contradições interiores através da história.

A doença é dos mais destacados sintomas desta existência falhada (deformatio, destitutio), que é interpretada com a palavra chave melancolia (melancolia). Esta melancolia, esta tristeza como símbolo da doença, actua contra a Grunheit (viriditas) que é a força vital.

Mas para além do seu falhanço e da sua finitude, o homem continua direccionado para o fim, onde espera poder chegar a cura total da sua corporalidade espiritualizada (in integritate membrorum et cum sexu).

O homem concreto vive agora na situação natural de desgraça, de alheamento, de deformação, indigência e doença. Hildegarda usa os seguintes termos para descrever esta situação onto-antropológica do ser doente:

  • caminha na sombra da morte

  • no caminho do erro

  • foi deserdado

  • com vestimenta rota

  • raptado para o estrangeiro

  • abandonado na situação de escravidão

  • na via sacra das preocupações terrenas

  • apanhado pelas pancadas do destino

  • afligido e amarfanhado pelas forças do mal em toda a parte…

E apesar de tudo começa agora “o homem em salvação” a receber a nova forma (homo re-stitutus), através duma permanente conversão (conversio) e penitência (poenitentia). Como “filho pródigo” regressará enfim à comunidade (consortium) com o mundo dos anjos “carmen angelicum”.

Partindo desta perspectiva escatológica, as curas do homem doente são interpretados não só como restauração (restitutio ad integrum), como autêntica salvação (restitutio ad integritatem).

Modelo desta salvação é também para o médico, aquele “Christus medicus”, que Hildegarda exalta como “Medicus magnus”. Todos os que Deus chamou como condutores de homens para os cuidar, acolher e curar, têm este “medicus” como modelo. Devem imitá-lo na virtude da prudência (discretio) e da compaixão (misericórdia). O objectivo (Ethos) do médico, segundo Hildegarda, não está na cura, mas na misericórdia que cada um deve partilhar com o outro.

Estas referências servem para tornar possível a introdução e o esclarecimento dos aspectos essenciais duma “medicina de Hildegarda”, talvez para melhor esclarecimento seria mais correcto falar antes numa “terapia de Hildegarda” (em vez de “medicina de Hildegarda”).

A terapia de Hildegarda assenta em três aspectos fundamentais, que percorrem todos os seus escritos:

  1. O aspecto da terapia (da ordem do equilíbrio)

  2. O aspecto da terapia do corpo-alma (espírito)

  3. O aspecto duma psico-terapia vital

Em Hildegarda encontramos uma visão grandiosa do homem, que deve ser visto como o centro da sua terapia.

Num simpósio da Academia de Rabanus Maurus (Fulda), o tema foi assim colocado: O que é que as ciências sabem do homem? O que é que filosofia sabe do homem? O que sabe a teologia do homem? E o que sabem as ciências sociais e a psicologia? E a medicina o que sabe verdadeiramente sobre o homem?

Todas estas ciências sabem muitas e variadas coisas; mas abordam o homem parcialmente, sobre um determinado aspecto, modelo ou fragmento. Sabem muito e muitas coisas, mas não abarcam o todo.

A característica global da sua maneira de analisar a vida, está em que Hildegarda tem uma visão do todo, da universalidade. Esta visão abarca três aspectos:

  1. A unidade na origem

  2. O todo no crescimento

  3. O universal na consumação

Integrado nesta construção global, marca presença destacada o ser humano com toda a sua indigência. Ele segura nas suas mãos os elementos da natureza, como alguém que segura nas mãos uma rede que controla. Ele mesmo está preso nesta rede global. O mundo é o ser humano na sua total corporalidade.

O próprio cosmos traz em si a “estrutura antropológica fundamental”. O cosmos como “ser humano” e o ser humano no seu mundo formam o conteúdo dos escritos sobre o cosmos. Os quatro elementos (ubuquitären elemente) são uma imagem fundamental da estrutura do mundo como um todo. Nesta visão de totalidade, Hildegarda afirma algo tão “forte” sobre o homem, como até agora ninguém tinha ousado afirmar com esta forma tão plástica: com o ser humano todo o mundo caminha para a consumação: no ser humano Deus terminou a sua obra. O termo do caminho de Deus no processo global de cura e salvação do mundo e do homem é a corporalidade.

Com palavras semelhantes, Hildegarda faz várias vezes nos seus escritos esta afirmação central: O auge do caminho de Deus (isto é, o que está no fim de todo o processo global da história da salvação do ser humano) culmina na “corporalidade resplandecente” do ser humano, no seu estado perfeito, na total re-formação (re-formatio) e reconstituição do ser humano.

Por isso, desde já, o ser humano na sua totalidade participa na Opus dei. Ele assume como corpo, alma e espírito a responsabilidade. Ele é responsável por tudo neste mundo; pelas partes elementares, como pelas plantas, árvores, animais e dum modo especial pelo ser humano. Com o corpo que temos (ou melhor, com o corpo que somos) trazemos todo o mundo em nós. Tudo está em nós.

Para a medicina isto significa:

  1. Que devemos abandonar o modelo unidimensional da mentalidade puramente cienticista e das atitudes curativas meramente técnicas.

  2. Que devemos ultrapassar as medicinas curativas de orientação exclusivamente antropológica, como todas as psicologias, que só olham às compensações e ao carácter.

  3. Só assim podemos alcançar a dimensão cosmológica do ser humano no seu mundo. Mundo tem aqui um significado abrangente: a natureza, o ambiente, o mundo do trabalho e das sensações.

Agora foquemos os aspectos essenciais da medicina, ou melhor, da terapia de Hildegarda:

  1. O Aspecto duma terapia da harmonia (ordnung)

Não é por acaso que no nosso tempo as perspectivas e programas de antigas terapias e formas de vida, recuperam uma surpreendente actualidade.

As razoes estão ligadas ao aparecimento de novas doenças. No lugar de doenças infecciosas agudas, apareceram as epidemias crónicas da sociedade de consumo, como (reumatismo, diabetes, tensão arterial, tromboses, etc.) que não são dominadas pelas técnicas terapêuticas e que só se enfrentam com o regresso à ordem cósmica, à ordem do cosmos na qual está alicerçado o mundo na sua totalidade.

Outra razão está no avolumar de entulho e da poluição ambiental, de maus hábitos alimentares, nas manias e neuroses, no cada vez mais perigoso stress social que leva ao vazio de sentido num mundo cada vez mais farto onde a questão fundamental do sentido da vida e da razão da existência se coloca cada vez com mais intensidade.

Esta mudança de mentalidade parece ter hoje uma última oportunidade. É o “kairos” do qual também fala a Bíblia, o tempo decisivo de salvação ou condenação para o ser individual e para a humanidade inteira. O equilíbrio ecológico está prestes a entrar em colapso. Ameaças ambientais, crises de alimentação, epidemias e drogas, stress e o terror consumista, desmandos sexuais e deformações psíquicas alertam-nos a todos, sobretudo médicos e técnicos de saúde: é necessário procurar um sentido para a condução da nossa vida, uma terapia como alternativa à terapia tecnológica.

A medicina de Hildegarda é, no essencial uma terapia da ordem para tudo o que é saudável, bom (feliz), vivo e belo neste mundo, Hildegarda tem uma palavra chave!

  • Os latinos dizem: Integritas (totalidade)

  • Os gregos dizem: Holon (o total)

  • Os árabes dizem: Salam (a paz, o total)

  • Hildegarda diz: Viriditas (verdor “vigor”)

A Viriditas, este verdor vive na chama, espalha-se nos regatos, humedece na pedra, sopra no vento. Nesta corporalidade verde vive o ser humano como um ser saudável, sensível, pensativo, criador. O verde é para Hildegarda o símbolo do ser saudável. Não se trata duma cor, mas duma atitude (habitus). Neste sentido e em última análise, a obra de Deus, a criação, é a viriditas de Deus. Na sua terapia, Hildegarda encontra a fórmula explicativa: Opus verbi viriditas est. Tudo o que é saudável e belo na natureza, mesmo a carne e o sangue do ser humano é verde. Mesmo o que nós denominamos “alma”, é descrita como a “força verde” do corpo.

Maria, a mãe da Palavra divina, é para Hildegarda a “viridissima Virgo”. Ela é a luminosa mãe da santa terapia, a mãe da medicina, a esposa da Totalidade, do bem Total, da total Bondade. Consequentemente Hildegarda designa o amor como “um sopro de verde” que alimenta todo o verdor e a frescura da vida.

O contrário da “totalidade” (na terapia de Hildegarda) é então a “falta – ausência”, uma deficiência de “viriditas” a “não-integridade”, o desespero, desvio, a deformação, a separação da origem. A Bíblia utiliza uma expressão para definir este estado, que corresponde quase à palavra “Sünde – pecado”, mas que diz mais que a palavra alemã “ab-sondern=separar”. (Sünder de sondern=separar). A tradução grega (do hebraico), corresponde a quatro palavras de outros tantos aspectos, que descrevem este “estado doente" do homem:

  • Asebeia = separação da origem

  • Hamartia = separação da meta

  • Adikia = separação do direito (do certo)

  • Anomia = separação da lei (da ordem)

Estas quatro dimensões de separação correspondem às principais doenças modernas da alma (e do corpo), isto é: esquizofrenia, depressão, fobia e histeria.

Para Hildegarda o estado carência (falta) (carência-falta de viriditas, de verdor), é uma espécie de auto-suficiência, um “bastar-se a si próprio” tanto na dimensão do corpo como na alma. Para falarmos em termos medicinais de hoje, a expressão tecido canceroso é a que melhor exprime o que Hildegarda entende por “carência de viriditas”.

Um tumor é um tecido orgânico estragado: a ordem do organismo foi atacada, desfeita e totalmente arruinada. O destino de um doente é irreversivelmente uma desintegração da natureza, a não ser que aconteça uma “volta radical” na ordem vital. Segundo Hildegarda acontece algo semelhante em cada doença. Por isso, ela não imagina que possa existir uma “ciência ontológica da doença” uma (patologia ontológica!!!). A enfermidade é
separar-se da origem, do vigor original, do ser (simplicitas, da ordem do sei).

Doença para Hildegarda não é um “ente”. É antes uma deficiência de ser “modus deficiens”, uma deformação, uma destituição, uma desintegração, uma carência, um passar ao lado, uma “dycrasis”, um falhanço (=hamartia). Por isso também não existe um processo da doença, mas um ficar por baixo, um abandono, um falhar o objectivo, uma carência.

A enfermidade é uma fraqueza essencial, enquanto a saúde é um processo, um gerar contínuo, uma estrutura de ordem que activa a ordem do mundo. Por isso, é que em Hildegarda uma doença nunca é descrita como um “processo patogénico” (tal como é descrito na nossa actual medicina), antes é interpretado como um déficit, um “status deficiens”. Pelo contrário, só se pode considerar um “processo”, uma ”creatio” aquele estado de saúde que vai buscar a sua força criadora ao “verde luminoso”, à viriditas.

Hildegarda interroga-se, por isso, pelo “sentido da doença”; trata-se da pergunta pelo fundamento de todo este alheamento na “miséria” e, ao mesmo tempo, a pergunta por uma nova ordem em vista a uma “existência saudável”. Estas ideias vêm mais explícitas num comentário à regra de São Bento.

A vida de uma tal pessoa recupera a ordem que é sustentada por quatro colunas, que têm muito de semelhante:

  1. GRAVITAS (seriedade, dignidade)

  2. CONSTANTIA (persistência, constância)

  3. STABILITAS (estabilidade)

  4. DISCRETIO (discrição)

A atitude espiritual, que tudo abarca, torna-se visível no “Officium caritatis” dirigido a todos os fracos e doentes (Cristo está presente em todos eles!!! Praesentia Christi). Devemos ter para com os doentes todas as atitudes de humanidade possíveis, estando presentes tanto nas dores espirituais como físicas.

Só depois destes “pressupostos espirituais” é que Hildegarda passa ao concreto do modelo de vida que cura a doença, de acordo com a dietética do seu tempo. Hildegarda descreve este modelo como um lidar inteligente com os princípios das coisas deste mundo que formam e conservam a vida. Tais são:

  1. Luz e ar

  2. Comida e bebida

  3. Trabalho e descanso

  4. Sono e vigia (estar desperto)

  5. Ausência e solidão

  6. As paixões

Com este pequeno resumo podemos inferir quão profundo e extenso pode ser a influência que tem na vida do ser humano a medicina (da harmonia) de Hildegarda. Ela é, em primeiro lugar, uma medicina preventiva que liga os elementos em falha do ser humano doente aos elementos capazes de restituir a força ao doente e que só se tornam activos quando é alcançado o todo do homem. Desejo, para não me alongar, fazer a aplicação ao elemento comida e bebida. Este diz respeito a toda a cultura da alimentação: publicidade dos alimentos, alterações na alimentação, erros de alimentação, abuso de comida e bebida, consumo de álcool, o mundo das drogas, consumo de medicamentos, higiene da alimentação e todos os sintomas mais importantes com ela relacionadas, doenças duma sociedade de consumo (como diabetes, reumatismo com todas as doenças desta área, gota, altas tensões, enfartes, e sobretudo os tão enigmáticos tumores.

  1. O aspecto da terapia corpo-alma

A medicina de Hildegarda, é sobretudo, uma medicina da harmonia. Daqui se deduz um segundo aspecto da sua terapia: a medicina de Hildegarda é uma terapia corpo-alma. Ela tenta em primeiro lugar que o homem perdido se integre na estrutura fundamental da criação, isto é, que recupere a harmonia perdida em todas as dimensões da existência. Assim a sua terapia abarca o ser humano no seu todo, corpo e alma, espírito, suas alegrias e sofrimentos, os medos e as necessidades tristezas e dúvidas, todos os homens e a natureza no sentido mais lato do termo: o ser humano na sua totalidade e universalidade.

Ao longo dos séculos a teologia e a Igreja hierárquica como que tirou o corpo ao homem. O homem não podia ter um corpo que se exprimisse e exteriorizasse; não podia sentir o corpo, que, (segundo modelo platónico) não era mais que a prisão da alma, que era necessário eliminar e da qual o homem se devia libertar. Isso deu como resultado um incrível “mostro”, o monstro homem. As correntes contra esta tendência nefasta, tornaram-se activas na época de secularizarização. A secularizarização, por um lado, devolveu o corpo ao homem, mas, por outro, acabou por lhe tirar a alma. Daí resultou um mostro ainda maior: um homem sem alma, ou um corpo sem alma. As
ciências naturais, que se especializaram, aperfeiçoaram e racionalizaram, debruçaram-se sobre o homem. Uma ciência descristianizada e secularizada debruçou-se sobre um novo objecto “homem”, tratando-o como o animal que alcançou o cume da evolução. Estavam criados os fundamentos para uma medicina sem alma, que mais não faz que dissecar o homem em todas as suas partes anatómicas separadas do todo do homem. (Além disso, as teorias da psicanálise de Freud mais não fizeram que aplicar o mesmo método a alma). Esta é a base antropológica para a medicina técnica que temos hoje.

É fácil de ver que uma tal medicina só contempla no homem “partes, fragmentos, sistemas de órgãos”. Não queremos minimizar os êxitos desta medicina mas, é claro que não se pode falar duma medicina do todo do homem.

Hildegarda vê nesta fragmentação, nesta devastadora unilateralidade a “miséria, o alheamento, a crise” do homem, a sua autêntica doença. Para ela o ser humano é corpo e alma e só como tal pode ser considerado totalmente homem. Ela afirma: “a corporalidade é uma imagem real da glória de Deus” e também que “a corporalidade é o cume da obra de Deus” – “Verdadeiramente o homem traz o mundo no seu corpo…” “O homem (corpo e alma) é o coração de todas as criaturas…”. O homem é parte do cosmos e expande-se e desenvolve-se como corpo-alma-ser em direcção à luz. Se esta harmonia cósmica é prejudicada, se opera (operatio) uma fracção nos elementos fundamentais, então o homem cai na desgraça existencial, na crise, nas suas variadas doenças.

Para Hildegarda põe-se a seguinte questão: “Como pode o homem sair desta situação miserável, desta desgraça, desta situação de enfermidade? A totalidade dos seus escritos, tanto os místico-teológicos como os cósmico-antropológicos e as propostas de cura procura dar uma resposta a esta pergunta. Para Hildegarda sé existe o todo, sem fragmentar. A parte está no todo e o todo está na parte. Por isso, os produtos medicinais (cerca de 2000 que hoje conhecemos) de Hildegarda são “unicamente meios”, e não matéria atomizada que depois é desfeita em partes para depois se compor novamente, mas uma “unidade refeita” que só pode actuar como todo e por isso pode libertar e curar, isto é, salvar, restaurar integralmente o “homem espartilhado”.

NB: Não tem sentido colocar a questão: “O que produz o vinho ou a alfazema na mistura (lavendelwein?). Nenhuma das partes actua de per si, uma vez que ambas as partes fazem uma nova unidade harmónica, um todo que liberta os venenos do fígado e os derrama sobre os pulmões. (Confere Fenómenos da cozinha de Hildegarda)

Hildegarda foi desprezada pela história da medicina, por ex. por Sprengel, como “uma brava abadessa”, porque ele não teve acesso nem encontrou “a visão essencial dos seus meios de cura”. Para ele e para muitos médicos racionalistas era clara: Hildegarda nunca viu os produtos naturais, antes copiou os dados de monges ignorantes. Por isso os seus produtos curativos não são mais que misturas de mística e porcarias farmacêuticas. (Sprenger Historiador da Medicina).

Quem teve a graça de intuir o “Todo”, mesmo nas coisas mais simples do dia-a-dia (o que seria a forma mais nobre e contemplativa de sentir e realizar o nosso corpo-alma) esse poderia aproximar-se da “mina de ouro” de Hildegarda. Basta um exemplo do mais banal: Eu posso partir uma boa maça nas suas partes. Daí retiro um tanto de vitamina c, uma quantidade de vestígios elementares, electrólitos, frutose e água. Segundo esta teoria poderia saborear um copo desta substância e todas as substancias da maça num comprimido (isto é defendido por muitos). Mas isto é um absurdo, uma vez que todas as partes juntas nunca dão um todo orgânico. Nunca será uma maça que eu tenho com toda a sua natureza harmónica. Falta-lhe a vida, a “viriditas da maçã”.

  1. O aspecto duma psico-terapia vital

A terapia de Hildegarda tem ainda um terceiro elemento fundamental na sua estrutura curativa: é o aspecto duma psico-terapia vital (do deriva de vis e virtus). É a forma do modelo base, que tanto o ser humano sofredor como o ser humano em recuperação, devem ganhar, para que a cura através dos “produtos” ganhe corpo, se realize no corpo. – Hildegarda afirma: o homem vive alheado; é um rebelde; tomou-se biologicamente carenciado; ele só, espartilha toda a criação (o todo), dando origem a um caos de criaturas unidimensionais; pecou contra a terra (=bebeu o seu sangue, causando uma morte horrível, ao separa-a alma do corpo…); contaminou o ar e ofuscou a luz com (foeditas e pestilencia), isto é, com o fedor horrendo do mundo (como é actual esta visão profética e como é verdadeiro, basta ter em conta a situação das alterações do equilíbrio ecológico, da contaminação ambiental, na morte das florestas, etc.!!!).

O ser humano está doente, as florestas estão doentes, os animais definham, milhares de espécies de plantas e animais morrem. Todo o ambiente vital (o espaço vital) está contaminado e entrou em agonia! Tem necessidade de viriditas. Um exemplo para ilustrar: eu posso-me lembrar com exactidão, quando eu me confrontei pela primeira vez com uma jovem rapariga que sofria de leucemia e que, cheia de rancor e raiva, gritava: “Desaparece! Não te quero ver, vós (referia-se à mãe, ao médico e às irmãs) deixais-me morrer de fome”. A mãe tratou logo de arranjar um pedaço de bolo para a sua filha de 17 anos. Tomou os gritos da filha à letra. Acreditava que ela tinha fome física e, inconscientemente, queria alimentá-la. A mãe não reparou que a sua filha grita é por outra comida, um pão espiritual. Ela queria alimento para a sua alma doente e ferida. Passados alguns meses morreu literalmente de fome. – Uma tragédia entre muitas.

Quem conhece doentes de cancro e os observa na sua doença, no princípio não nota nada de anormal. No estado terminal assemelham-se a todos os que morrem de fome, reduzidos ao esqueleto, só com pele e osso, ressequidos (=falha total de viriditas).

Causas: a alma ficou para trás! No sentido da terapia de Hildegarda o cancro é: uma fome da alma que atacando o corpo o consome (quase podíamos dizer que o devorou). Por isso, Hildegarda coloca com todas as consequência a alma do homem com toda a sua força curativa no centro da sua terapia. Um tratamento que vise só a cura do corpo, nunca pode trazer a cura fundamental. Sem a contribuição das forças anímicas próprias da
alma, que ela chama de “virtudes”, a força curativa não pode actuar nem desenvolver-se.

Hildegarda conhece 35 virtudes, 35 forças da alma, que actuam no corpo. Estas forças criativas têm pela frente outras tantas forças negativas, isto é, um vácuo existencial, uma carência essencial, uma impotência de ser (verde "viriditas”… luminoso e salvífico). – estas virtudes, dadas por Deus ao homem, são sobretudo forças criativas; elas plasmam e formam matéria, elas interferem nos elementos e despertam na natureza e no homem os fenómenos elementares, que denominamos funções vitais (no organismo do homem: coração e circulação sanguínea, respiração e secreções etc.).

Outras virtudes são directamente dirigidas à recuperação do corpo, e outras actuam curando e amenizando (misericórdia). Hildegarda vê nas virtudes as forças de defesa contra todas as fraquezas, achaques e doenças do corpo e da alma. As fracas resistências são na medicina moderna as causas mais comuns das doenças da sociedade de consumo. Na terapia de Hildegarda a componente técnica não é a mais importante, nem mesmo os fármacos, mas a compunção (compunctio cordis) (= o arrependimento, contrição do coração) que ela apresenta quase como uma medicina. Chama a atenção em Hildegarda, a este respeito, o papel que ela atribui ao suspirar e gemer, as lágrimas e contrição, ao tremor e ao temor.

O homem como um todo entra em acção, é revolvido e aprende a
abrir-se, vem a si e ao entrar em si chega à mudança, dá a volta ao sofrimento. Ele entra em si, sai do alheamento e entra em sua própria casa – a compunção do coração defronta-se com obstinação. Através dela o homem aprisiona-se, fecha-se, demite-se, fixa-se. Segundo Hildegarda encontramos aqui as razões da doença do corpo-alma, que nós hoje descrevemos como doenças psicossomáticas, nas quais as falhas da alma se corporizam e se fixam em certos órgãos (asma, bronquite, doenças de pele e outras, são os sintomas).

A misericórdia é para Hildegarda a “magna medicina”, ela é “a mais querida erva medicinal no ar e no sereno e em toda a verde frescura”, ela torna os homens sensíveis à dor e a toda a espécie de necessidades. O misericordioso tem um coração (cor) para os pobres (os miseráveis=miser). O contrário desta sensibilidade é a dureza do coração, a obstinação, uma praga do nosso tempo. Aqui reside as causas de tantas doenças psicossomáticas. A dureza do coração, o atrofiamento dos sentimentos, o desinteresse pelos pobres e miseráveis, a indiferença pelo próximo, o alheamento e a intransigência perante tudo o que é humano tem como resultado muitas das doenças de esclerose do homem moderno, e das quais não se consegue a cura com nenhum medicamento.

A terapia de Hildegarda é uma terapia da harmonia. Ela só pode ajudar os homens doentes a adquirir a saúde, se o homem dimensionando-se para a harmonia divina, através do “produto medicinal exterior” (quase como sacramento = sinal natural), é capaz de exprimir a harmonia com as forças da natureza, com os elementos e a viriditas.

Graças à vida

Maria Feliz

Já foi publicado pela Associação pro Hildegard von Bingen em 2006

Padre Dr. de Teologia e de Medicina: Alfons Bertmüller

München

CONSELHOS PARA 2020 - I

PETRÓLEO PARA MEDICINA NATURAL

 

Um artigo abreviado de Walter Last

Tanto terebentina como produtos da destilação do petróleo são empregues na medicina deste a antiguidade, mantendo-se até aos nossos dias como remédios populares. Já na Babilónia eram utilizados para problemas de estômago, inflamações e úlceras gástricas. O processo de destilação do petróleo bruto para obtenção de fracções de hidrocarbonetos já se encontrava registado por escrito na Pérsia do séc. IX. Hoje em dia, esses processos são utilizados em regiões menos ricas, tais como Rússia, Europa de Leste e África. Um estudo actual realizado na Nigéria mostrou que cerca de 70 por cento da população local utiliza produtos do petróleo para fins medicinais. Na maior parte dos casos, são utilizados para curar infecções e doenças infecciosas, mas também para doenças autoimunes, artrites e doenças reumáticas. Parece que até mesmo os Rockfeller iniciaram a sua fortuna com a venda de petróleo como meio para a cura do cancro – antes de descobrirem que a quimioterapia é muito mais lucrativa. A partir da literatura existente, concluo que produtos do petróleo se contam entre os meios mais eficazes para a eliminação de micróbios e parasitas patogénicos do sangue e das vísceras. O meu artigo sobre micróbios pleomorfos 2 mostrou que no caso de todas as doenças acima referidas o aumento da população de fungos e bactérias patógenos sem parede celular tem um papel importante. O sucesso do tratamento com produtos do petróleo parece resultar do facto de esses produtos exercerem uma acção negativa sobre os ditos fungos e micróbios, dando assim oportunidade ao sistema imunitário de eliminar outros patógenos e células degeneradas em tumores e antes dos órgãos atingidos se tornarem doentes.

 

Cura do cancro segundo Paula Ganner

Os métodos modernos de utilização de produtos do petróleo para a cura do cancro iniciaram-se nos anos 1969 / 1970. Aos 31 anos de idade, a austríaca Paula Ganner começou a sofrer de cancro metastatizado e obstrução intestinal após uma operação, e os médicos davam-lhe apenas mais dois dias. A tirolesa lembrou-se então de que na Europa de Leste se utilizava petróleo e benzina como medicamentos, pelo que passou a tomar diariamente uma colher de sopa dessas substâncias. Três dias depois já se podia levantar e onze meses mais tarde deu à luz um filho saudável, que adoeceu aos três anos de idade com paralisia infantil, mas que Ganner curou com uma colher de chá de benzina de nafta 100/140 por dia durante oito dias. Paula Ganner difundiu a feliz notícia da espantosa acção de determinados produtos do petróleo contra todas as doenças possíveis, tendo recebido ao longo dos anos seguintes 20.000 cartas de agradecimento nas quais se descreviam tratamentos com sucesso.

Terebentina – um outro remédio universal

Não foi utilizado apenas petróleo como remédio, mas também terebentina, A terebentina natural, existente no mercado como “óleo de bálsamo” (“Balsamöl”), foi particularmente apreciada devido à sua acção antisséptica e diurética, bem como meio contra parasitas intestinais. Segundo a Wikipedia, a terebentina era, na época das descobertas, um medicamento muito apreciado pelos navegantes, tendo sido levada por Fernão de Magalhães na sua circum-navegação. Contra ténias, por exemplo, era ministrada uma forte dose de terebentina (uma a duas colheres de sopa), na maior parte dos casos misturada com a mesma quantidade de óleo de rícino, em suspensão em leite. Este tratamento foi repetido de dois ou de três em três dias até nas fezes surgirem elos da ténia. Para crianças, a receita foi alterada: uma colher de chá de açúcar, duas a três gotas de terebentina e uma colher de chá de óleo de rícino. A Drª Jennifer Daniels verificou que escravos americanos possuíam um medicamento secreto que os mantinha a salvo de doenças: uma colher de chá de terebentina misturada com uma colher de chá de açúcar branco várias vezes ao dia e em curto espaço de tempo. Ela registou esta receita como tratamento de sucesso contra candidíase.

A empresa de produtos farmacêuticos Merck publica regularmente o “Manual Merck”, que inclui tratamentos adequados e geralmente reconhecidos para diversas doenças. Na primeira edição, no ano de 1899, lê-se que a terapia com terebentina ajuda a combater grande número de doenças, como gonorreia, meningite, artrite, problemas do baixo ventre e doenças pulmonares. Contudo, a edição de 1999 só refere as consequências fatais de uma terapia com terebentina, que destrói os rins e os pulmões.[1] Acção curativa O segredo destes remédios aparentemente universais poderá residir no facto de a acção de tais produtos de hidrocarbonetos ser exactamente contrária aos efeitos causadores das doenças da moderna medicina. Existem provas suficientes de que a maior parte das nossas doenças actuais só muito raramente ocorreram em séculos passados. Assim, houve relativamente poucos casos de cancro em seres humanos, dado que só ocorriam ocasionalmente na velhice. Também a asma, alergias e doenças autoimunes eram raras, se não mesmo totalmente inexistentes. Todo este cenário só se alterou a partir da Segunda Guerra, quando os antibióticos começaram a ser utilizados com frequência crescente. Esses medicamentos actuavam efectivamente contra bactérias, mas ao mesmo tempo promoviam a proliferação de fungos e micoplasmas, que estão na origem da maior parte das nossas doenças actuais.

 

Os produtos de hidrocarbonetos microbicidas mais adequados devem ser os que possuem um ponto de ebulição entre 100º e 200º C. Não é recomendável a utilização de produtos de que não se conheça o ponto de ebulição ou a composição química. Contrariamente à aguarrás (“Terpentinersatz”), a terebentina natural é geralmente fornecida com a designação de terebentina balsâmica ou óleo balsâmico de terebentina.

 

Utilização adequada de produtos do petróleo

Vários artigos recomendam para o tratamento de cancro, doenças autoimunes e para limpeza microbiana, uma colher de chá por dia durante seis semanas algum tempo antes do pequeno-almoço, seguindo-se uma pausa de aproximadamente dois meses e, depois, uma segunda fase de tratamento de quatro semanas. Há quem recomende a toma antes do deitar ou imediatamente antes de uma refeição, eventualmente misturada com um pouco de melaço ou seguida de uma peça de fruta. No caso de crianças, tem dado bons resultados deitar umas gotas em açúcar. Em muitos casos, os produtos eram tomados às colheres de sopa; pessoas sensíveis, no entanto, iniciaram o tratamento com apenas poucas gotas. A duração do tratamento também é muito variável. Há quem tome os produtos só em caso de necessidade e também há quem faça anualmente uma cura preventiva com a duração de algumas semanas. Geralmente, é recomendável começar com meia colher de chá, continuar durante uma semana ou duas com uma colher de chá, aumentando gradualmente a dose até uma colher de sopa (novamente durante 7 a 15 dias), antes de passar de novo para uma colher de chá. Idealmente, o produto deve tomar-se antes do pequeno-almoço ou ao deitar. O método é perigoso, porque havendo vómito é fácil a passagem de hidrocarbonetos para os pulmões, que é a principal causa de morte na toma destes produtos.

Microbicidas em doses elevadas provocam uma taxa de eliminação excessivamente elevada e repentina dos fungos, o que provoca mal-estar e fadiga em muitos pacientes. Em princípio isso não é mau e até faz parte do processo de cura, embora seja recomendável a elevação gradual da dose para se evitar, ou reduzir fortemente, a ocorrência de reacções físicas desagradáveis. Mesmo assim, há muito frequentemente casos de diarreia. Durante esses episódios a dose do remédio deve ser reduzida ou até suspendê-lo totalmente até a situação melhorar. Produtos de hidrocarbonetos devem ser tomados com o estâmago vazio, caso contrário ficam a boiar no conteúdo do estômago, podendo provocar eructação durante bastante tempo. Para mim, o método tradicional da sua mistura com melaço é a melhor solução, mas também é eficaz tomar seguidamente uma refeição ligeira. Beber pouco depois uma bebida quente também pode provocar eructação. No caso de artrite, pode-se friccionar as zonas doridas com uma parte do produto de hidrato de carbono diluído em uma ou duas partes de azeite, ou aplicar uma compressa embebida nessa mistura. Contra inflamações da garganta, pode-se colocar uma dessas compressas à volta do pescoço. Se o produto for utilizado não diluído, passados 10 a 60 minutos, dependendo da sensibilidade da pele, do ponto de ebulição do produto, e do seu grau de pureza, pode começar a queimar. Se a compressa for deixada bastante tempo em contacto com a pele, pode provocar vermelhidão e formação de bolhas. No entanto, este método é muito eficaz para “sacar” a dor das articulações artríticas e para aceleração do processo de cura. Na zona da pele com vermelhidão deve ser aplicado óleo de vitamina E até ficar normal. Tumores também já foram tratados com compressas de produto de hidrocarbonetos tanto diluídos como não diluídos. No caso de fungos nos pés e nas unhas, essas zonas devem ser banhadas em produtos de hidrocarbonetos diluídos ou não diluídos, e o mesmo no caso de doenças da pele provocadas por ataque de fungos. Casos de candidíase e aftas na boca ou na vagina podem ser tratados por aplicação ou lavagem com produtos diluídos de hidrocarbonetos. Numa carta que me foi dirigida, foi comunicado o seguinte: «A minha avó pincelava-nos a garganta com produtos de hidrocarbonetos sempre que tínhamos dor de garganta, para o que usava as penas das asas ou da cauda de um galo. Quando eu era pequeno, essas pinceladas eram para nós absolutamente normais – e ajudaram toda a família».

Produtos leves do petróleo com baixo ponto de ebulição são muito bons – quando tomados às colheres de chá – para limpeza do sangue, porque no estômago passam muito rapidamente para a corrente sanguínea. Para limpar os intestinos de cancro, ataques de candidíase ou de parasitas, será eventualmente necessário tomar colheres de sopa, porque ao tomarem-se doses de colher de chá os hidrocarbonetos mais leves são absorvidos no estômago e não conseguem chegar aos intestinos.

Na ficha de segurança de uma outra empresa, lê-se: «Se forem ingeridos vários goles, podem surgir dores de estômago, mal-estar e diarreia.» Todas as fichas de segurança são unânimes em afirmar que uma aspiração para os pulmões ao engolir ou num vómito pode provocar pneumonia de aspiração com possíveis consequências mortais.

 

O sistema reage

Logo após a publicação de poucas das 20.000 cartas de agradecimento que Paula Ganner recebeu, o chefe da Redacção da revista «7 Tage» (Sete Dias) foi despedido e no Índice Farmacêutico alemão foi eliminado o registo de petróleo como produto para lavagem de feridas. A partir de então, o petróleo passou a ser considerado como veneno perigoso que pode provocar graves danos renais – embora sobre isso não fossem referidas quaisquer provas ou apresentados exemplos de casos. Em 1979, na cidade alemã de Hersbruck foi aberto um processo judicial contra uma mulher que difundiu informações de saúde sobre o petróleo. O procurador não pôde provar qualquer violação da lei e não apresentou um único caso em que houvesse queixa de alguém que tivesse sofrido danos de saúde pela utilização de petróleo que ela lhe aconselhara. Também o médico legista convocado não conseguiu comprovar quaisquer potenciais danos e disse ainda que contra o cancro se devem utilizar todos os remédios possíveis e que o assunto do petróleo merecia estudos clínicos. A Procuradoria teve de dar o caso por encerrado.

Para reduzir ao mínimo a possibilidade de também eu ser levado a tribunal, quero aqui deixar claro que o presente artigo serve exclusivamente como informação e que eu não recomendo produtos petrolíferos ou terebentina para o tratamento do cancro ou de outras doenças. Cada um deve informar-se e avaliar os factos existentes antes de tomar a decisão, isto é, se as vantagens da utilização de produtos de hidrocarbonetos são mais importantes que os riscos referidos pelas nossas autoridades sanitárias.

Sobre o autor

Walter Last está reformado como bioquímico, investigador químico, nutricionista e terapeuta natural. Trabalhou na Alemanha, nos EUA, na Nova Zelândia e na Austrália, onde vive actualmente. Walter Last publicou inúmeros artigos em revistas sobre o tema Saúde, assim como vários livros. O seu Website é www.hwalth-science-spirit.com. A editora Mobiwell publicou recentemente o seu livro “Krebs natürlich heilen” – em tradução livre: “A cura do cancro pela natureza”. (NEXUS-Magazin 40 April – ai 2012 Zeitgeschehen/texto abreviado.)

 

Graças à Vida.

Maria Feliz

Julho de 2020

 

[1] Daniels, J.: „The Candida Cleaner“; http://tinyurl.com/83n8m5v

CONSELHOS PARA 2018 - I

       Um caso

 

Hoje em dia aumentem-se as histórias sobre cancro da mama. Conhecemos algumas curas. Sabemos de tratamentos da medicina convencional, de tratamentos da medicina natural e de tratamentos da medicina popular. As vezes me parece, o medo do cancro da mama causou uma histería de operação e de biopse. Conheço casos, que depois de uma biopse, o tumor ou o cancero começou de crescer rápido e doloroso. As mudanças de hormonas podem causar nódulos na mama e não sempre deve ser isso um tumor (Reler o meu texto sobre cancro de 2017). Encontrei no livro “Manual da Medicina Natural” de 1933 de Dr. Alfred Brauchle uma descrição de um caso de uma mulher com cancro da mama.  É interessante e tem valor de uma reflecção.

  

Dr. Alfred Brauchle foi Director do Hospital de Priessnitz, em Mahlow, e, posteriormente, médico chefe da Clínica de Naturopatia no Hospital Rudolf Hess, em Dresden.

 

Após o seu exame final, o Dr. Alfred Brauchle praticou longamente como alopata, cirurgião e parteiro, mas, por uma questão de consciência, transitou para a área de medicina naturalista.

 "... Do distanciamento em relação aos ensinamentos da medicina ortodoxa não resultou em mim qualquer inimizade, mas apenas a obrigação de colaborar na formação da arte de curar e no equilíbrio das contradições entre medicina popular e medicina universitária..." (Do Prefácio do seu livro "Manual da Medicina Natural", Setembro de 1933).

Graças à Vida

Maria Feliz

 

  

         Doenças e sofrimentos

            Tumores malignos

 

             Caso Clínico n.º 84

 

Em 1902, a doente de 40 anos de idade notou na mama esquerda um endurecimento do tamanho de uma moeda de cinco Marcos e dois a três quistos do tamanho de ovos de pomba na axila esquerda. Tanto o tumor na mama como os quistos doíam de vez em quando, especialmente quando havia mudança de tempo atmosférico. A doente consultou Schweninger, que desaconselhou radicalmente tanto a operação radical como uma biopsia. Prescreveu banhos de vapor locais e compressas quentes, e, para melhoria do estado geral, dieta vegetariana, banhos de ar, banhos de luz eléctrica, banhos com aumento da temperatura no antebraço e pés. Com o seu aconselhamento calmante, a doente perdeu o medo e ficou com esperança de melhoras. Ao longo deste tratamento prescrito por Schweninger, verificou-se redução das dores e o volumoso tumor mamário dividiu-se em vários de pequenas dimensões. Esta situação manteve-se praticamente inalterável ao longo de trinta anos. As dores sentidas nas mudanças de tempo eram tratadas pela doente com compressas quentes e banhos quentes.

Em 1933, quando a doente tinha 71 anos de idade, o tumor rebentou, sangrou e supurou durante cerca de duas semanas, voltou a fechar parcialmente e ganhou crosta rígida de cor vermelha. Os quistos na axila aumentaram de tamanho e doíam intensamente. Foi com este quadro clínico que a doente veio até mim em tratamento e a internei no Hospital Priessnitz em Mahlow, que eu dirigia na altura. O tumor mamário situava-se no quadrante exterior superior da mama esquerda, tinha o tamanho de uma maçã, era rígido, protuberante, facilmente deslocável na base, cicatrizado com a pele. Aqui via-se uma ferida do tamanho de uma moeda de dois Marcos, recoberta de escaras com margem do tipo talude. Na axila esquerda apalpava-se um conjunto de abcessos do tamanho de um pêssego pequeno, duro, móvel na sua base. Com um tratamento adequado à natureza, foi possível, ao fim de três semanas, reduzir as dores e melhorar consideravelmente o estado geral da doente, já um pouco macilenta. Apresentei a doente a um cirurgião, que confirmou "cancro da mama", o que já não suscitava dúvidas. Perdi a doente de vista, mas ouvi dizer que alguns anos mais tarde, portanto lá pelos 75 anos de idade, faleceu, mas ignoro se do cancro da mama ou de outra doença. Estamos aqui na presença de um inegável cancro da mama que se manteve estável ao longo de cerca de 35 anos e não influenciou negativamente a capacidade de trabalho nem de desfrute da vida da doente. — Um médico demasiado temperamental contraporá: não foi feita nenhuma biopsia e o diagnóstico "cancro" não foi consolidado pela análise microscópica! Contudo, pensando calmamente, concluirá que em qualquer tratamento não invasivo de cancro a biopsia deve ser rigorosamente proibida para se evitar a proliferação do tumor.

 

(Origem: "Handbuch der Naturheilkunde” / Manual da Medizina Natural que servia para médicos e leigos)

CONSELHOS PARA 2017 - III

O que é Pensar?

Pensar é sentido, conteúdo e expressão do ser do Homem, seja de forma individual, em relação a situações e pessoas concretas e singulares, seja de forma colectiva, em relação a situações ou pessoas na sua generalidade e complexidade. Aparentando diferenças tanto num caso como no outro, até mesmo aparentando oposição, a sua actuação é, contudo, concordante. E tem de actuar em consonância. Pensar é aquilo que permite abranger o ser como vida, a vida como existência, a existência como única forma de ser para tudo o que é vida ‒ incluindo o não-ser: a missão eternamente não vencida, eternamente não realizada. É o destino, que, por isso, se mantém desconhecido. Porque a forma de pensar do carácter cósmico-espiritual, com a entrada no carácter terreno e materialista, é subjugado pelas leis deste, oscilando, no entanto, entre a conservação do sentido de trabalho ‒ o paraíso terreno, servindo a realização do ego tanto individual como colectivo, portanto, também, cósmico ‒ e a aniquilação deste sentido. Ao indivíduo que abandona essa subjugação é dado o pensamento altruísta, de orientação cósmica. Ou então ‒ obedecendo à submissão ‒ é desorientado de forma egoísta, dando origem a uma epidemia de obsessão a nível planetário e à dissolução e destruição do pensar ‒ expulso do impulso cósmico ‒ embora o mais inexoravelmente possível a ambas subjugado, que não conseguem distinguir uma da outra. Nem em relação a si próprio nem em relação aos outros. Isso é a forma de pensar que pode conduzir o indivíduo, tribos, e povos, raças e religiões para a loucura do desmoronamento, sem que tal se faça sentir. No entanto, continuando a ser designado de pensamento. Mas, simultaneamente e muito longinquamente, também pode conduzir à elevação em oposição a essa loucura, o que será muito claramente notado. Por quem se involver.

                                        

Graças à vida,

Maria Feliz/feliz

CONSELHOS PARA 2017 - II

O Cancro.

 

O cancro é uma doença assustadora que mata anualmente milhões de pessoas. Também é um facto assustador que para a cura desta doença a medicina não pode fazer muito mais nos nossos dias do que já fazia há dezenas de anos. Apesar de todos os esforços, programas de investigação, investimentos na ordem de milhares de milhões ‒ isto é, força vital ‒ e declarações de vontade políticas, não deve haver uma outra área no mundo humano onde tanto esforço tenha conduzido a tão pouco sucesso.

 

Para muitas pessoas, sofrer de cancro equivale a uma sentença de morte. Cresce nelas um medo pânico e querem ver-se livres o mais rapidamente possível daquilo que se desenvolve como cancro.

A medicina convencional dispõe para isso de métodos claros. Trata o cancro como doença local e localmente tratável. Aplica em primeiro lugar o método da operação, à qual se segue radioterapia e quimioterapia. Em muitos casos, apenas aplica a radioterapia, ou então começa pela quimioterapia, realizando a seguir a operação. Geralmente quatro de cinco operados não morrem devido ao primeiro tumor que se desenvolveu no corpo. Morrem principalmente em resultado de metástases que se foram formando às escondidas, insidiosamente, aparentemente vindas do nada ‒ quando a partir de micro metástases se formam novas metástases num outro órgão. Quando o corpo não consegue por si só restabelecer a ordem natural, saudável e com forças de defesa, os tumores podem ser retirados, tratados com radiação, aniquilados com produtos químicos, como se queira. Mas haverá sempre um novo cancro em formação.

O corpo continua a não estar em condições de resistir ao novo aparecimento de doenças cancerosas, porque os seus sistemas de defesa, em resultado das tentativas, especialmente com radiações e venenos para células, ficam fortemente abalados e danificados.

Actualmente há médicos que recusam a cirurgia oncológica conservadora, depois de terem vivido muitos anos na euforia da operação, pensando que com esse método poderiam curar o cancro. Esses médicos trabalham agora na maior parte dos casos com terapias biológicas e estudam homeopatia, fitoterapia e outras formas alternativas de tratamento. Está-se a assistir também a um renascimento do estudo da mente e de orientações mentais.

 

Quando eu era jovem, perdi uma pessoa que me era muito próxima, porque morreu de cancro. Foi terrível assistir à forma como ela ficou mutilado em resultado de operações e depois, após uma cirurgia de reconstrução (um substituto para uma parte do corpo), morreu completamente sem forças e em grande sofrimento, desgraçadamente e sem esperança. Sabemos hoje sem sombra de dúvida que o sistema imunitário reage a emoções, que é estimulado por sentimentos de esperança e alegria, e que as forças de auto cura do corpo podem ser enfraquecidas pelo desespero. Também Sabe-se que a quimioterapia não é o remédio santo no qual as pessoas depositaram tanta confiança, e que a radioterapia pode provocar o aparecimento de novos tumores. Vida e morte pertencem ao esclarecimento interior; métodos de tratamento são aspectos exteriores.

Existem muitas vias alternativas para o tratamento do cancro, mas não posso afirmar que alguma delas cure o cancro. Cancro é guerra declarada no organismo e para o restabelecimento da paz é preciso aplicar diferentes estratégias.

 

Ninguém, mesmo sendo saudável, escapa ao cancro, se viver ou dormir num local perturbado e típico de cancro, como, por exemplo, onde haja radiações telúricas e veios de água.

Se o cancro for identificado numa fase muito inicial ‒ se a consciência for suficientemente amadurecida e capaz disso ‒ pode haver uma alternativa eficaz para o método ou para a terapia. Sem operação.

 

Nenhum médico, médico naturalista ou terapeuta pode garantir ou prometer cura para o cancro. Quem for confrontado com uma doença mortal tem de procurar exaustivamente todas as possibilidades de informação sobre a sua doença e, se possível, consultar diferentes especialistas e terapeutas. Deve manter-se livre de influências, deve verificar as fontes de informações e nunca se esquecer de que se trata da sua própria vida e não da vida do médico ou do terapeuta.

Sabe-se também que o stress permanente e emoções negativas, como, por exemplo, mau humor, medo, pânico, depressões, desgostos, raiva, fúria, inveja, tristeza e cargas emocionais reprimidas enfraquecem o sistema imunitário. Por isso, devemos esforçar-nos por mantê-lo, fortalecê-lo e tudo aprender sobre ele.

 

Com a perda da pessoa que morreu de cancro, comecei a pensar no sentido da vida e do destino. Durante a minha infância, tive mais saúde, enrijecimento e alimentação natural do que doenças e sofrimento. Comecei então a interessar-me por cancro, pelas suas causas e pelos seus tratamentos. Estudei textos modernos e antigos. Existem actualmente incontáveis livros e opiniões que facilmente podem lançar a confusão e que são escritos mais para fins de negócio do que para cura real.

Nessa procura cheguei sempre à mesma conclusão:

Através do afastamento e alheamento em relação à Natureza, o ser humano atingiu um ponto de amolecimento e degeneração no corpo, na mente e na alma, que manifestamente o faz andar para trás como o cancro (na Natureza). Perdeu completamente a noção das interacções naturais. Dessa forma, com o cancro, vai recuando sempre até à sua própria destruição. Só a libertação e a inversão dessa marcha-atrás, dessa forma de andar, que não é natural da pessoa humana, poderia transformar esperança em realidade.

Por esses motivos, e outros, quando eu tinha 30 anos, abandonei com o eremita Feliz a sociedade na qual vivia ‒ e procurei V I D A. Uma vida onde macrocosmo e microcosmo se abraçam.

 

Sendo o cancro uma doença sistémica, então o doente de cancro tem de se libertar do sistema e curar-se. O primeiro passo é a procura da causa ou das causas. Se soubermos que alimentos, aditivos alimentares, profissões, influências ambientais, medicamentos, etc., são suspeitos de provocar cancro, então compreende-se que o doente tem de participar na actividade e na responsabilidade para a sua cura. Infelizmente há muitas pessoas que foram educadas para obedecerem incondicionalmente ao médico. Educaram-se para isso. Um verdadeiro médico ouvirá sempre atentamente a opinião do seu paciente e compreenderá que ele gostaria de consultar outros especialistas. O doente e o médico, a pessoa que cura, têm de estabelecer sempre entre si uma atitude de abertura, franqueza e confiança, que inclui também o incondicional intercâmbio das possibilidades de aplicação da medicina popular e da medicina natural.

É frequente que na quimioterapia, por exemplo, a aplicação e/ou ingestão de certos e determinados produtos naturais e alimentos contribuam para vencer as grandes debilidades físicas (através do reforço do sistema imunitário).

Em muitos doentes de cancro há défice de vitamina A, vitamina E e vitamina C. Pessoas do grupo sanguíneo A são mais frequentemente vítimas de cancro do que pessoas de outros grupos sanguíneos.

 

Todos temos no nosso organismo células, a partir das quais, um dia, se pode formar um tumor ou um cancro. Contudo, é possível eliminar células cancerosas, bactérias e vírus por intermédio de um bom sistema imunitário intacto. Também é interessante verificar que acessos de febre ultrapassados de forma natural em determinadas doenças infantis também matam células cancerosas. No caso de pessoas com cancro falta frequentemente também o "potencial antioxidante" contra radicais livres. "Potencial antioxidante" encontra-se, por exemplo, em enzimas, nas vitaminas A, C, e E, e também nalguns minerais e oligoelementos como selénio e magnésio.

 

Quando procuramos cura para o cancro, chamo sempre e só a atenção para a base mais importante, que é a profilaxia, isto é, fazer tudo no sentido do fortalecimento e da manutenção do sistema imunitário.

 

A tarefa inicial em cada caso de prevenção e tratamento consiste em vencer o medo do cancro. Também é preciso fazer uma verificação autocrítica e a eventual alteração do estilo de vida. É indispensável solucionar os conflitos existentes e eliminar as emoções negativas. Problemas não resolvidos (principalmente sentimentos de ódio e inveja, não ser capaz de superar a perda de um ente querido, problemas no emprego, etc.) podem tornar agressivo um cancro inofensivo e até então dormente, do qual talvez ninguém se tenha apercebido.

É preciso tratar todas as inflamações crónicas e focos de pus (incluindo focos dentários), bem como infecções recorrentes provocadas por herpes.

A sua profilaxia inclui também uma alimentação saudável e natural dos cinco sentidos em todos os graus da pureza.

 

 O cancro surge principalmente no "ponto fraco" do corpo. Portanto, tanto mais importante se torna que cada pessoa conheça os seus "pontos fracos" tanto orgânicos como psíquicos, dirija a sua atenção para eles e os fortaleça.

A energia para VIVER a partir dos quatro elementos água, ar, fogo e terra é a fonte fornecedora de vida, que está a ser cada vez mais esquecida, embora aí possamos encontrar variadas possibilidades de terapia e profilaxia.

Com uma alimentação saudável e natural, com ginástica diária e com o enrijecimento do corpo com água fria, não é de esperar que surja um cancro.

Uma alimentação "anticancerígena" inclui sucos frescos de maçã de cultivo natural, beterraba vermelha e cenoura, alimentação rica em enzimas e vitaminas (principalmente alimentos crus) com salsa fresca, plantas silvestres e germinados.   Como é evidente, as forças curativas provêm mais de frutos e legumes de crescimento natural do que tratados e adubados com produtos químicos.

É sabido que o cancro se alimenta de albumina animal. Portanto, ao cancro será retirado o alimento se lhe faltar albumina animal. Este aspecto é muito importante para doentes cancerosos.

 

Existem determinadas plantas designadas como anticancerígenas, que podem ser ingeridas de variadas formas, quer como profilaxia, quer como terapia de tratamento e acompanhamento do cancro. Como alimento, sob a forma de chá, pó ou como tintura mãe, como pastilhas ou banhos, e também como pomadas ou compressas.

A composição correcta para um tratamento preventivo ou de acompanhamento deve ser discutida com uma pessoa experiente, porque não é qualquer planta que pode ser utilizada em forma simples, visto que muitas são venenosas e nem todas podem ser boas para o acompanhamento ou a prevenção para qualquer tipo de cancro.

 

Refiro a seguir algumas plantas preventivas do cancro que não são venenosas:

Calêndula, Milfolhada (Milefólio / Mil-folhas / Achillea), Cavalinha, Visco, Tanchagem, Equinácia, Couve, Alho, Aloé, Unha-de-gato (Uncaria tomentosa), Alcachofra, Absinto, Bétula, Galião (Erva-Coalheira), Cardo-Mariano (Cardo-de-Santa-Maria / Cardo-leiteiro), Salsa, Erva-de-São-Roberto (Bico de Grou / Erva-Roberta), Violeta, Morugem (Erva-estrela / Erva-canária / Morugem-branca / Morugem-verdadeira / Esparguta / Erva-pontiaguda / Morugem vulgar / Merugem), Espinheiro branco, Freixo, Cebola, Curcuma (Curcuma longa / Curcuma doméstica / Açafrão-das-índias / Turmérico / Açafroa / Açafrão-da-terra), Pau de Arco, e muitas outras.

 

No tratamento natural do cancro é preparada a planta venenosa Cicuta (Conium maculatum) p. ex. de forma espagírica e homeopática. Esses produtos encontram-se à venda sob a forma de gotas e pomadas para aliviar dores e evitar o alastramento do tumor. Também existem produtos para tratamento do cancro frequentemente associados a nitrato de prata, clorato de ouro, cloreto de magnésio, carvão vegetal, arsénico, fósforo, estrela-do-mar, ácido silícico e veneno de cobra (como gotas, pomadas, pastilhas e drageias).

Muitos médicos naturalistas especializaram-se na área do tratamento do cancro com Horvi, que inclui, entre outras coisas, injecções de extractos de visco, veneno da serpente Lachesis, da serpente Trimeresurus, vitamina B e cloreto de magnésio. Além disso, neste tratamento são utilizadas gotas, pastilhas e drageias especiais, particularmente adequadas ao tratamento antes e depois de operações a tumores, mas sempre em estreita colaboração com o médico ou com o médico naturalista.

 

Para se dar a conhecer o conjunto de todas as possibilidades do tratamento natural e da prevenção do cancro, tem havido frequentes possibilidades de apresentações e reuniões em escolas secundárias no âmbito de conferências públicas e gratuitas, com a participação de terapeutas, médicos, especialistas, pacientes e pessoas curadas de cancro.

 

Na medicina popular há diferentes aplicações de compressas e pastas para tumores e cancro: pode ser de Cavalinha, Argila, Tanchagem, sementes de Linho pulverisado, folhas de Couve e sementes pulverisado de Feno-grego (Fenacho ou Alforvas). Pomadas com Calêndula, Comfrey e gel fresco de Aloé são conhecidas há muitos anos como meios anticancerosos.

Como tratamento interno de acompanhamento podem ser tomados sucos de plantas frescas, como p. ex., Tanchagem, Milfolhada (Milefólio / Mil-folhas / Achillea), Morugem e Couve, segundo o tipo do tumor. Tomar em pequenas doses acabadas de preparar, entre as refeições.

 

A mais conhecida receita popular para o cancro é o xarope de Aloé Arborescens do Padre Romano Zago:

Uma a duas folhas de Aloé com mais de 4 anos de idade, cortadas antes do nascer do Sol ou após o pôr-do-sol.

500 g de mel, 4 a 6 colheres de sopa de aguardente vínica (também há receitas que recomendam whisky ou até nenhum álcool).

Retirar os espinhos das folhas de Aloé e com uma colher de sopa recolher o gel do interior da folha. Misturar na batedeira o gel, o mel e a aguardente vínica até que a massa espessa se torne fluida. Encher garrafas e fechar bem.

Posologia: 1 colher de sopa, 3 vezes por dia, 20 minutos antes da refeição.

 

Como prevenção, comer dois dentes de Alho cru por dia.

Exemplo:

10 folhas de salsa, 3 folhas de Milfolhada (Milefólio / Mil-folhas / Achillea), 5 pontas de Morugem, 3 flores de Violeta, 2 dentes de Alho, gel de um pequeno disco de Aloé, um pouco de suco de Limão, 3 pitadas de pó de Curcuma ou Gengibre raspado cru, azeite. Misturar tudo muito bem e conservar num frasco. Para barrar no pão como alternativa à manteiga ou margarina.

 

No caso de nódulos no peito ‒ que nem sempre constituem tumores, podendo ser apenas resultado de uma alteração hormonal ‒, recomendo a aplicação de pomada de Calêndula várias vezes por dia. Como complemento, 3 chávenas de chá de Milfolhada e Calêndula 3 vezes por dia. A Erva-de-São-Roberto também tem dado bons resultados.

 

Preventivo do cancro da próstata: a partir dos 40 anos de idade, devem ser mastigadas diariamente 5 sementes de Abóbora com casca, sem sal. De vez em quando, chá de Cavalinha, chá de Freixo, chá de Bétula e chá de Urtiga. Comer frequentemente tomates amadurecidos naturalmente como sopa de tomate ou em qualquer outra forma.

 

De uma maneira geral, fruta, bagas e legumes de cor amarela, laranja e vermelha até azulada são alimentos preventivos do cancro.

 

Se pela auto-cura e a utilização de meios naturais um tumor estacionar ou até desaparecer, quem tiver passado por uma situação dessas deve manter durante muito tempo o regime de profilaxia e não regressar aos hábitos anteriores. Deve, principalmente, transmitir essa experiência a outras pessoas, para que volte a ser importante o conhecimento das forças da Natureza e da auto-cura.

 

Graças à Vida

Maria Feliz

CONSELHOS PARA 2017 - I

Linha geral

Em resultado do crescente e desenfreado abandalhamento dos costumes, do desmoronamento das sociedades humanas, bem como da imparável queda das forças de resistência de pessoas que desamparadamente ou de forma egoísta com tudo isso são confrontadas, torna-se necessário mostrar a linha geral a adoptar para esse fim a quem se interessar pelo aspecto altamente complexo e sobredimensionado. Para depuração, clarificação e fortalecimento.

Viver espiritualmente e eticamente fora das estruturas da sociedade materialista e psicológica:

Com a férrea vontade de cada indivíduo e com a incondicional fé fora de qualquer culto, fora de qualquer «sistema» de religião de massas.

Nunca sonhar antes de se atingir aquilo com que se sonha. Só assim se tornará força. Questionar permanentemente sensação, pensamento, palavra e acção, atitude e posição em relação a tudo e a todos, começando pela própria pessoa.

Nunca se dar por satisfeito com o que se alcançou ‒ tanto nas áreas físicas e materiais como morais, psíquicas e espirituais ‒ adoptando como a regra mais importante a moderação no coração e na cabeça.

Testar muito rigorosamente a quantidade e a qualidade de todas as informações naturais e artificiais, sob responsabilidade e controlo individuais.

Todas as promessas, feitas a mim ou a outros, para que também para mim e para os outros sempre se cumpram.

Saber sempre o quê, quando, onde, como, porquê, para quem e para quê.

O conhecimento do essencial, a concentração para essencial.

Evitar o mundo de escândalo e sensação, assim como sensação e escândalo do «mundo». Como sendo o nada.

Pobreza voluntária, altruísmo e amor ao próximo: o equilíbrio espiritual. Como sendo o tudo.

Nunca nos sentirmos melhor que os outros. Nunca desprezar a sociedade nem as pessoas. Nunca desistir. Nunca desistir de nós.

Com inteligência, prudência, com força espiritual e de vontade, encontrar sempre as pessoas certas para a ocasião e a situação certas, no lugar certo para a comunidade certa.

Manter-se longe de qualquer seita, intitule-se ela de política ou religiosa.

Sempre o homem apoiando e protegendo a mulher, a mulher apoiando e protegendo o homem.

Responsabilização por tudo e todos. Responsabilização pelo pensamento próprio como autoridade máxima. Uma forte memória. Paz e sossego no coração.

Viver o ser natural, o ser pensante, o ser medicinal e alimentar.

Viver diariamente o trabalho com sentido e carácter construtivo e produtivo.

Sempre em uníssono com o cosmo, com o Planeta, com o seu reino mineral e vegetal, com as movimentações no Firmamento.

Deste Planeta nunca comprar o que quer que seja.

O importante não é a luta contra instituição e burocracia, que no seu somatório parasitário constituem «o estado» e quejandos, e têm necessariamente de soçobrar, mas sim a luta pela sobrevivência com a lei da Natureza de identificação espiritual evoluindo cosmicamente. Importante é o carácter para tal correctamente formado.

É preciso viver a auto superação, a auto educação, o auto governo.

Viver espiritual e eticamente fora das estruturas da sociedade materialistamente psicológica.

 

Graças à vida,

Maria Feliz e feliz

CONSELHOS PARA 2016 - VI

A crise bate à porta quando menos se espera

 

Fala-se há anos de crise, tempos difíceis e fome. Nota-se que o consumo aumenta e os contentores do lixo nas aldeias e nas cidades ficam a abarrotar de lixo, as prateleiras e as arcas frigoríficas nos supermercados estão sempre cheias e desde há algum tempo há um acréscimo de peixe e fruta de todo o mundo, até mesmo de África e da Grécia.

 

Pó alimentício de Parmentier

 

Os difíceis tempos vividos entre os anos de 1846 e 1847, tal como o aumento do custo de vida registado em 1817, fizeram-se sentir também, e principalmente, na região de Erzgebirge, Saxónia, Alemanha. Nesses tempos de crise, o jornal de Schneeberg publicou um artigo sobre um paliativo contra a fome, que, para bem de todos, aqui se reproduz:

 

Alguns povos primitivos possuíam um pó alimentício de que se serviam nos tempos de fome para se sustentarem. Também se sabe que as tropas em Lille na Flandres, quando tiveram de suportar um longo ataque nas Guerras da Sucessão Espanhola, conseguiram viver um largo período de tempo alimentando-se com este pó. Entretanto, esse sucedâneo do pão caiu de novo no esquecimento, até que o químico francês Parmentier o redescobriu. Inicialmente era constituído por pão e bastavam 150 g desse pó para se garantir a satisfação equivalente a meio quilo de pão. Pessoas que naturalmente tinham muito apetite alimentaram-se diariamente com 190 g desse pó ao longo de muitos dias sem sentirem o mínimo problema.

 

O pó é preparado como a seguir se indica: (pode assistir ao video "Pó de pão" aqui)

 

Pão bem cozido e já com vários dias é cortado em fatias finas, que são secadas num forno, mas de forma a não ficarem queimadas. Depois de bem secas, são raladas para obtenção de pó, que é novamente levado ao forno. Basta um quarto de hora para perder 2/3 do seu peso. O cheiro e a cor desse pó são agradáveis e sabe bem. Parmentier misturou cerca de 15 g desse pó com alguma manteiga e sal numa sertã, adicionando 2 litros de água, que começou por ser absorvida, formando seguidamente uma pasta de pão saborosa e muito saciante. Parmentier alimentou com 190 g diários desta pasta um soldado que habitualmente comia muito. Nunca se queixou de fome. O próprio Parmentier experimentou este alimento, tendo vivido vários dias sem qualquer problema, depois de ter dividido os seus 190 g deste alimento em duas partes e as ter transformado em pasta como acima se descreve, alimentando-se dela de manhã e à noite, de 12 em 12 horas. Segundo Parmentier garantia, este pó de pão poderia conservar-se uma dezena de anos se fosse guardado em bons recipientes em locais arejados e secos, e também ao abrigo de animais que o pudessem estragar.

 

 

Imaginem agora a quantidade de pão seco que seria possível guardar em qualquer casa ao longo de um ano, a fim de ser utilizado em tempos de crise!

 

O pároco Sebastian Kneipp soube de uma receita semelhante, que deu a conhecer como "Sopa revigorante" em 1886, através do seu livro para manutenção da saúde.

 

Coze-se pão de farinha de centeio integral e corta-se em fatias finas que se secam numa chapa no fogão. Logo que fiquem bem secas e duras, trituram-se num almofariz até se obter um pó grosseiro. Para fazer sopa, mexe-se o conteúdo de 2 a 3 colheres cheias num caldo de carne, água ou leite. Dois minutos depois, a "sopa revigorante" está pronta. Adicionam-se condimentos ou gorduras.

 

Uma outra variante é obtida misturando pão integral de espelta com pão de centeio integral, igualmente triturado em pó grosseiro. Kneipp recomendava estas "sopas revigorantes" para doentes e para crianças fracas, porque forneciam muitos nutrientes à natureza enfraquecida.

 

Um outro alimento para tempos de crise, lido no livro de um boticário de 1821

 

A sua preparação é a seguinte: a partir de farinha misturada com manteiga derretida de fresco e banha fresca de porco (ambas em partes iguais), prepara-se um refogado espesso, adicionando-se a necessária quantidade de sal e cominhos. Ainda líquida, vaza-se esta pasta para um copo. Logo que a pasta arrefeça, tornando-se muito consistente, fecha-se o frasco. A pasta de refogado assim preparada pode ser usada ao longo de 3 a 4 anos. Para fazer sopa a partir desta pasta, basta deitar em 1/2 litro de água a ferver o conteúdo de 1 a 2 colheres desta pasta consistente e mexer. Pode-se juntar pão seco à sopa. 3 a 4 minutos depois, está pronta a servir.

 

Um copo de meio litro de pasta consistente de refogado é suficiente para cerca de 8 litros de sopa.

 

Tudo isto pode parecer muito trabalhoso ou até irrisório. No entanto, em tempos de crise, somos todos iguais, ricos ou pobres. Todos temos que pensar no que queremos comer, quando quisermos comer.

 

                                                           Graças à vida, Maria Feliz

29-11-2016                 

CONSELHOS PARA 2016 - V

«Neto és!

Às vitórias e derrotas de quem já foi deves a tua existência.

Proteges em tuas mãos, como antepassado, vitória e maldição dos teus mais longínquos descendentes.»

 

De: Colectânea Edda em verso

Transmitidas por Snorre Sturlason (séc. XIII)

 

 

«Acautela-te de todos os que com forças miraculosas te querem seduzir!

Protege-te de todos os que desta terra e da vida terrena crêem poder obter um reino do fácil gozo de frutos espirituais, consagrando ao corpo o seu cuidado em alimentação e singular exercício, a fim de... aspirarem uma sonhada 'superior espiritualidade'! As pontas luminosas da luz que ilumina o mundo nunca escolherão tais meios. Também nunca pretenderão, através de cerimónias sedutoras e hábitos misteriosos, afastar-te dos teus semelhantes. Também nunca te concederão 'graus secretos', títulos e condecorações, que poderiam alimentar a tua vaidade e consolidar em ti uma ridícula escuridão...»

 

De «O Livro do Deus Vivo», de Bô Yin Râ

(O nome espiritual do Joseph Anton Schneiderfranken)

 

Repensa o que tu queres. Como. Porquê. Para quê.

 

 

Graças à vida

 

Maria Feliz

 

 

CONSELHOS PARA 2016 - IV

ESTRUME NATURAL ou PERIGOSO

Estrume animal, que a terra-mãe recebe anualmente para frutificar áreas de cultivo, constitui um dos portais do universo terrestre, através dos quais o espírito da vida entra e sai, abençoando-te, mas sem te tocar directamente. No entanto, se o alimento para esses animais for impuro, a sua vida uma incomensurável desgraça, o seu estrume também será impuro.

 

A impureza do estrume ‒ portais condenados à impureza de maldição espiritual ‒ toca-te directamente. Protege-te disso:

o espírito da vida amaldiçoando-te e tu chamando a isso doença com todos os nomes.

 

Até uma determinada fragilidade espiritual:

não querendo a manutenção da tua espécie, porque a manutenção da vida não serve, porque a pureza tem de ser desprezada, tornando-se cada vez mais fraca.

 

Mas se for «estrume» artificial, todos os teus desejos e vontades são artificiais.

Artificial a morte da vida, enterrando-te vivo.

CONSELHOS PARA 2016 - II​I

 

VACAS VEGETARIANAS

 

O meu Avô era um latifundiário. Os seus enormes campos de cereais, batata e beterraba eram lavrados com um errado grande  e quatro cavalos. Nos pomares havia pequenas casas de madeira onde brincávamos e jogávamos em criança. Essas casinhas eram para os porcos com os seus leitões. Os cavalos, as ovelhas e as cabras estavam num prado onde podiam pastar à vontade.

Lembro-me dos dois lagos para patos e gansos. Havia ordem para tudo. Nós, as crianças, só podíamos tomar banho a determinadas horas num dos lagos, nomeadamente naquele que era lavado alternadamente depois dos animais e que podia voltar a ser utilizado por nós e, depois, pelos patos e gansos.

Eu vivia com os meus Pais na casa da cidade, onde se encontravam as instalações de abate e o talho dos Avós. Assim, desde cedo comecei a ter contacto com a criação de animais e com o tratamento de carnes de forma natural. Embora os meus Pais exercessem uma actividade completamente diferente, todos esses contactos eram muito intensos.

Na quinta dos Avós, os gansos, os patos, os galináceos e muitas vezes também as vacas andavam em liberdade. Aprendi rapidamente a desviar-me do ganso macho sempre que ele pressentia perigo para a sua 'família'. Tive algumas dificuldades com vacas, que eram demasiado grandes para mim, e eu só gostava de as ver quando se roçavam nas árvores para tratarem da pele e se lambiam entre si. No Verão havia na quinta enormes medas de palha cobertas com toldos de linho que nós, crianças, trepávamos por um lado e nos deixávamos escorregar pelo outro.

O Avô era um agricultor fora do vulgar. Também era talhante e naturalista. Para ele era importante que as pessoas e os animais que viviam e trabalhavam na sua quinta se mantivessem saudáveis. Assim, p. ex., obrigava todos a beberem diariamente uma chávena de milefólio[1]. Os animais comiam urtiga seca misturada com feno. Aos gansos e patos pequeninos e aos pintainhos eram dadas urtigas frescas picadas com migas de pão. Os restantes animais encontravam ao ar livre a maior parte do que comiam, com complemento de feno ou outro alimento. No Inverno era-lhes dado   beterraba cortada e centeio e cevada ceifados de verde. Ficou fortemente gravado na minha memória um ribeiro que fornecia água corrente e fresca a todos os animais.

O Avô considerava que os animais tinham alma e sentimentos como os seres humanos, carecendo de atenção e amor. Ele dizia com frequência: "Como deres à Natureza, assim receberás dela". Em Novembro de 2000, a doença BSE[2] era tema dominante na imprensa, rádio e televisão e entre cientistas e ministérios. A essa terrível epidemia sucedeu a eclosão da virulenta epidemia da febre aftosa, a gripe das aves e a peste suína, para já não falar da mixomatose anual.

Muitos de vós já não vos lembrais dessas horríveis notícias. O que é pouco conhecido ou tendencialmente ocultado é que em muitos currais os agricultores dão principalmente aos porcos grandes quantidades de hormonas para um crescimento mais rápido e antibióticos como prevenção (isso é um risco para a saúde do Homem). No entanto, para consumo próprio há frequentemente abastecimento "mais limpo". Quando ouvi as notícias sobre esse horror já desde há muito me ocupava da alimentação vegetariana, que considerei uma dieta apropriada para doentes. O único problema era a agricultura com as suas constantes e disparatadas pulverizações com pesticidas, herbicidas e estúpidas quantidades de adubo artificial. Com as notícias sobre a "crise da carne", comecei a imaginar que a Natureza estaria a começar a vingar-se dos seres humanos, que permanentemente a calcam com os pés e violentam, pensando só no lucro, e que mantêm o gado em currais e vacarias ou em recintos vedados, onde o gado tem de se deitar e sofrer nos seus próprios excrementos. Para todos vós tornou-se natural que seres vegetarianos como os bois, que são animais herbívoros, se tornassem canibais. É-lhes dada ração sob a forma de farinha proveniente de resíduos de matadouros, principalmente de cadáveres de animais doentes e moribundos.

Mas isso não é tudo. Geralmente, às vacas são retiradas as suas crias imediatamente após o parto. Quem pensa nos sentimentos profundamente feridos das mães? Às crias, em vez do leite materno, dá-se uma mistura de pó de leite magro, água, preparados vitamínicos sintéticos e gorduras animais. Suspeita-se que esta obscura mistura tenha dado origem à eclosão da BSE.

As vitelinhas do meu Avô bebiam do úbere e, com os bois e as vacas, podiam decidir entre o prado e o curral. De Verão e de Inverno tinham uma cama de palha. Essas vacas davam menos leite e os bois aumentavam de peso um pouco mais lentamente. Contudo, o queijo feito com esse leite tinha uma qualidade muito boa e o mesmo se podia dizer da carne.

Para o meu Avô, os animais são seres que, como nós, fazem parte da Criação de Deus, sendo credores do respeito dos seres humanos.

É estranho que até hoje não haja um interesse real, activo e colectivo no sentido de se actuar contra a triste e dolorosa situação dos animais.

Há quem não se sinta culpado, por ser vegetariano e evitar o consumo de carne; os outros simplesmente fecham os olhos por não quererem assumir a responsabilidade e poderem continuar a consumir carne.

 

[1] Nota do Trad.: milefólio, milenrama, erva-dos-carpinteiros, feiteirinha ou mil-folhas (Achillea millefolium)

[2] Nota do Trad.: BSE (Bovine Spongiform Encephalopathy)/Encefalopatia espongiforme bovina

Graças à vida

Maria Feliz

Maio 2016

CONSELHOS PARA 2016 - II

 

ENVENENAMENTOS ‒ ANTÍDOTOS

 

Há cada vez mais pessoas a queixarem-se de problemas do tracto gastrointestinal, muitas das quais tomam regularmente laxantes e pastilhas para a digestão. No entanto, com o passar dos anos, essas soluções deixam de funcionar. Há mulheres, homens, jovens, crianças e bebés que não defecam durante alguns dias, sofrendo dores intensas.

O mau funcionamento dos intestinos pode, entre outros males, provocar envenenamento fatal. Assim, um permanente excesso de toxinas pode provocar doenças de pele como psoríase, eczemas, nevos melanocíticos ("pintas" ou "sinais"), etc. Tais envenenamentos crónicos conduzem ao envelhecimento precoce, debilitam o coração e também afectam o cérebro, o que, por sua vez, pode ser causa de perda de memória, de falhas de inteligência e de criatividade. Os médicos antigos davam muita atenção ao tracto gastrointestinal e ao funcionamento dos intestinos no tratamento de doenças. Para eles, o estômago e os intestinos estavam, entre outros órgãos, no centro da procura das causas das doenças.

Quem, p. ex., tem frequentes dores articulares (artrite, artrose, rigidez e reumatismo) geralmente também sofre de digestões lentas. A medicina académica continua a considerar esse tipo de digestão como coisa sem importância e os medicamentos químicos contra o reumatismo ou dores articulares geralmente agravam os problemas de estômago e de intestinos.

 

Muitas das pessoas que sofrem de prisão de ventre dependem de laxantes e chás laxantes, sem procederem a qualquer alteração dos seus estilos de vida ou hábitos alimentares. O preço a pagar pelo efeito rapidamente aliviador de um laxante tomado habitualmente é elevado e eu não me canso de avisar as pessoas, principalmente quando há o uso excessivo de tais meios para curas de beleza e emagrecimento. Considero que os laxantes são ajudas para emergências. Quem toma esses produtos ao longo de anos sujeita-se a danos graves dos órgãos e do aparelho digestivo.

Além disso, por via dos laxantes são permanentemente retirados ao corpo minerais importantes (entre outros, o potássio e o magnésio, tão importantes para o organismo), os movimentos peristálticos do intestino são afrouxados e os nervos e o músculo cardíaco sofrem danos. Praticamente não há diferença entre laxantes naturais e laxantes químicos, visto que, no caso de abuso, ambos danificam e provocam dependência. Além disso, os produtos de origem química podem provocar reacções alérgicas.

Neste panorama não é de descurar o aumento dos casos de depressão. Muitos de vós conheceis estados de espírito depressivos e já haveis verificado que quando a cabeça não funciona, o mesmo acontece no organismo. Uma coisa não se pode separar da outra, pois andam juntas.

 

Considero que a causa principal para a situação global de contaminação física e tóxica se situa nas tentações provocadas pelos produtos industriais prontos, em erros de comportamento e alimentares, em medicamentos em excesso, na sobrecarga mental e nervosa, bem como no sedentarismo físico e psíquico. Segundo a constituição e o estilo de vida, mais cedo ou mais tarde começarão a surgir perturbações digestivas, digestões lentas e obstipação e AUTOINTOXICAÇÃO (retro envenenamento a partir do intestino).

No caso de obstipação crónica e má digestão com os gases que se formam, CADA PESSOA pode chamar a si o necessário antídoto.

Há ervas medicinais para chás de acção suave. Um exemplo de receita comprovada:

Misturar 1 parte de sementes de funcho e anis, raiz de alcaçuz e flor de malva com 2 partes de flor de sabugueiro. Deitar uma colher de chá da mistura por cada chávena e deitar água a ferver; deixar repousar durante 10 minutos e beber sem açúcar 1 a 3 chávenas por dia, conforme for necessário.

Esta mistura é calmante para o estômago, é ligeiramente laxante e simultaneamente antiespasmódico, antiflatulento e antibacteriano.

 

Para emergências, os laxantes clássicos são produtos de origem vegetal como óleo de rícino ou sal de Glauber (sulfato de sódio).

 

Receita de emergência de resultados comprovados após 4 ou mais dias de prisão de ventre:

2 colheres de sopa (para crianças e bebé, 1 colher de chá) de óleo de rícino (da farmácia).

Após a toma, é obrigatório ficar em casa.

 

Supositórios de produção própria:

(Impróprios para crianças)

6 g de glicerina (da farmácia) e 12 g de manteiga de cacau para um total de meia dúzia de supositórios. Derreter a manteiga de cacau à temperatura de 40 graus, aproximadamente (eventualmente em banho de água), adicionar a glicerina, mexendo, e vazar a mistura para uma forma de supositório ou cortar no tamanho adequado depois a massa ter endurecido. Estes supositórios mantêm-se várias semanas em local fresco.

Clisteres com água morna também são solução.

 

É importante conseguir a regeneração da flora intestinal e a reposição de todas as funções do aparelho digestivo.

É possível obter bebidas ou produtos de fermentação natural que ajudam a regenerar a flora intestinal, tais como kefir, leite azedo, quark e o seu soro, combucha, miso e chucrute crua. Trata-se de produtos que maturam exclusivamente em resultado de uma fermentação natural provocada por determinadas bactérias naturais. (O vídeo "Além da sala de espera..." dá informações sobre soro, leite azedo e quark. O que escorre do pano é soro).

De uma maneira geral, cada um de vós devia fazer uma cura de limpeza, p. ex. no início de cada ano, jejuando com sumos de fruta e legumes, chás, ou uma dieta de maçãs, feijão verde ou batata com casca. Comer 1 a 3 vezes ao longo do dia 1 kg de batata com casca, 1 kg de feijão verde cozido ou 1 kg de maçã. Não temperar as batatas ou o feijão verde com sal, mas com azeite de oliveira. É claro que se comerá apenas um ou outro desses alimentos. Sumos frescos de frutas e legumes devem ser bebidos ao longo do dia. Deve fazer de cada vez uma pequena quantidade e beber este logo na hora, para evitar a oxidação de sumo.

Têm acção depuradora sumos frescos, p. ex. de morugem, dente-de-leão ou língua de ovelha, que podem ser misturados (1 a 2 colheres de sopa) com sumo de laranja, de cenoura ou de maçã.

Para limpeza do sangue são usados chás, p. ex., de urtiga, milfólio e calêndula, com os quais é possível obter uma mistura muito eficaz. Deita-se uma colher de sopa desta mistura, deita-se água a ferver, deixa-se repuosar durante cinco minutos a côa-se. O chá é para ser bebido ao longo do dia, sem açúcar, morno ou frio.

Nos dias dedicados a este tratamento é importante fazer-se ginástica.

 

A receita seguinte é eficaz para prisão de ventre crónica e para uma boa regeneração da função intestinal:

1 colher de sopa de sementes inteiras de linhaça, 3 figos secos triturados e 1 copo de água fria. Deixar repousar durante a noite e tomar de manhã, em jejum, à colher.

Entre outros efeitos, esta mistura é boa para o fígado, com o tempo amolece as fezes e promove a regeneração dos movimentos peristálticos do intestino. É importante tomar com regularidade. Se uma colher de sopa se tornar uma quantidade excessiva, pode reduzir-se para uma colher de chá, para pouco tempo depois já não ser preciso tomar.

Sementes de linhaça são um meio comprovadamente eficaz, porque são ricas em mucosidade e protegem contra inflamações.

Não recomendo sementes de linhaça já moídas em saquetas porque rançam rapidamente e perdem a sua acção curativa. Quem quiser utilizar sementes de linhaça por outros motivos (p. ex. no caso de ondas de calor, devido aos seus efeitos estrogénicos) deve moê-las (p. ex. 1 colher de chá no moinho do café) e tomá-las logo a seguir.

Muitos de vós já sabeis que alimentos ricos em fibra e ricos em enzimas são produtos naturais de regeneração. Quem tiver problemas de intestino preguiçoso e más digestões, deve procurar comer alimentos integrais e poucas quantidades de proteínas de origem animal. Também deve haver cautela em relação a produtos com lactose (açúcar do leite). Em forma concentrada, a lactose (assim como a lactose de produção sintética) provoca 'confusão' nos processos de digestão. Considero o açúcar do leite importante na alimentação de recém-nascidos e bebés (período de amamentação). A capacidade de aproveitamento da lactose vai-se perdendo após o período de amamentação e a maior parte das pessoas deixa de ser capaz de a processar.

Quando eu era criança, ensinaram-me que a digestão começa logo na boca, através de uma mastigação lenta e profunda (insalivação). Mais tarde, li algures que mastigar bem é já meia digestão. Por mais estranho que pareça, actualmente poucas pessoas dedicam tempo a uma boa mastigação e há muita gente com hérnias no tracto digestivo por engolirem quase todos os alimentos em pedaços inteiros.

 

Para a reposição e manutenção de condições naturais nos intestinos, além de ervas e alimentação adequadas, há massagens especiais que tonificam o sistema linfático, o que pode ser muito útil em pessoas idosas e acamadas, que não se podem movimentar.

 

No entanto, àquelas pessoas que têm de sofrer, deve dizer-se que se uma pessoa NÃO adoece no mundo e com o mundo, TAMBÉM não é saudável. DEMASIADO perigosas são todas as influências e tentações criadas, bem como o desconhecimento generalizado.

 

Graças à Vida.

Maria Feliz

Março de 2016

CONSELHOS PARA 2016 - I

Hoje em dia, tomam-se diariamente dezenas de milhares de toneladas de pastilhas, cápsulas e vitaminas, complementos e suplementos alimentares e antibióticos, vacinas e injecções; fazem-se operações, mutilações, recebem-se radiações, e, apesar disso, sofre-se cada vez mais. O sistema imunitário encontra-se quase esgotado na maioria das pessoas, incluindo crianças e jovens, o que é assustador.

 

É recorrente perguntam como manter a saúde e como  deveram alimentar correctamente.

 

Que fazer, quando alguém receba a notícia que tem cancro?

 

Na minha infância e juventude era constantemente avisada de que só devia comer o que faz bem à saúde e mantém o corpo e o espírito saudáveis. Devia evitar o que não é saudável ou até venenoso (p. ex. feijão verde cru e tomates e fruta verdes). Comida enlatada era alimentação de emergência, dizia a minha Mãe. Os meus Pais eram naturalistas e tratar da horta era um passatempo que os apaixonava. O que vinha para a mesa era maioritariamente fresco, natural e feito em casa. Diariamente havia chás das plantas medicinais e saladas frescas.

 

Quando alguém ficava doente, ia logo para a cama. Jejuar, dormir e ervas traziam rápidas melhoras. Se necessário, aplicavam-se ligaduras, compressas ou fricções.

Medidas da quarentena. Lembro-me de aceitar muito bem esses dias de cama, porque os meus gatos também podiam estar comigo; eram boas companhias com o seu ronronar e com o calor que irradiavam. Eu até estava convencido de que eles me eliminavam parte da doença.

Tanto a minha Mãe como a Ama tinham conhecimento dos efeitos profilácticos e do relacionamento de ervas e condimentos entre si em determinados alimentos, sabiam qual a erva que tornava determinado alimento mais facilmente assimilável. Artemísia Vulgar devia acompanhar refeições gordas, e segurelha, cominho e funcho ‒ aprendi de pequena ‒ distribuem a flatulência ao serem cozinhados juntamente com determinados alimentos. Outras plantas são boas para a digestão ou influenciam positivamente os rins, como p. ex. o levístico. Algumas especiarias eram utilizadas apenas nalgumas épocas do ano, tendo em vista o aquecimento ou o arrefecimento do corpo, conforme fosse o caso. A minha Ama não se cansava de me explicar e mostrar todos os efeitos importantes desta ou daquela erva em alimentos para o corpo e o espírito. Para ela, um sangue bom, e, portanto, um fígado saudável, dependiam daquilo que se comia e bebia, mas também do facto de nos sentirmos satisfeitos e felizes. Ela ensinou-me que alguns alimentos dão boa disposição, que o cravo-da-índia limpa o sangue, a noz-moscada reforça a memória e amêndoas opõem-se ao crescimento de tumores. Lembro-me sempre de ela dizer que o jejum é a regra n.º 1 contra todas as indisposições possíveis e imaginárias do aparelho digestivo ou qualquer infecção.

 

O robustecimento corporal desde a infância até à idade adulta consistia geralmente na regra segundo a qual cada membro da família  de Verão e de Inverno, ao romper da manhã e antes de se vestir, lavava o corpo com água fria. O meu Pai falava muito de profilaxia e para ele a saúde estava associada a uma alimentação natural e a uma actividade física equilibrada ao ar livre, desporto e jogos, trabalho e movimentação. Considero que a minha infância e juventude foram um tempo fantástico.

 

Depois de ter ultrapassado todas as doenças de infância com produtos naturais sem recurso a antibióticos, de ter sarado ferimentos com produtos caseiros e depois de ter aprendido cedo a conhecer as forças de auto cura no caso de doenças mais graves, mesmo depois de ter atingido a idade adulta mantive-me fiel a esta forma de vida profiláctica.

 

Mais tarde, quando comecei a trabalhar seriamente com nutrição e tratamento, encontrei nos velhos escritos dos antigos terapeutas e médicos da Europa, do Oriente e dos curandeiros indígenas da América do Norte orientações iguais ou semelhantes para uma vida saudável. Em todas as medicinas naturais, a alimentação ocupa um lugar central na "Ciência da Cura e da Vida".

 

A alimentação deve promover a realização normal do metabolismo e de outras transformações energéticas no corpo e no espírito, de forma que a pessoa receba saúde. Problemas de metabolismo provocam doenças.

 

Contudo, é preciso não esquecer que a alimentação não é composta exclusivamente por comida. A alimentação dos cinco sentidos pertence, como componente importante, à alimentação da pessoa humana, para que o corpo, a mente e a alma se mantenham saudáveis. Nas escolas e nas universidades, as crianças e os jovens passam horas seguidas debaixo da influência de luz artificial, embora se saiba que a luz solar significa vida, promovendo vida. Ar viciado e janelas fechadas ou ainda ar condicionado não só constituem mau alimento para o cérebro, como também provocam alergias e infecções. É incompreensível que crianças, que, não bastando a actual desumana forma de vida, que os leva a pouco ou nada se movimentarem ao ar livre, sejam além disso mantidas durante horas seguidas como reclusos. Antigamente, era costume colocar bebés durante algum tempo por baixo da verde copa das árvores. Olhar a cor verde acalma e reforça a visão.

Hildegard von Bingen definiu instruções rigorosas para o início do enfraquecimento da visão e também para o aparecimento do glaucoma. Descreveu interacções entre metabolismo e causas espirituais. Entre outros aspectos, apontou o facto de o metabolismo do fígado poder ser influenciado pelos órgãos dos sentidos, p. ex. pela audição. Fígado e audição interagem estreitamente entre si.

 

Nos últimos decénios, as doenças do fígado e depressões têm sido os achaques mais frequentes entre adultos e crianças.

 

A moderna Psicologia, p. ex., aplica antigos conhecimentos terapêuticos, como é o caso da musicoterapia ou da dançaterapia.

 

Quem quiser curar tem de saber que nem há duas pessoas iguais nem cada medicação ou terapia pode ser igualmente aplicada para todas doença e para todas as pessoa. Há incontáveis formas de terapia, entre as quais fototerapia, hidroterapia, terapia de sons, aromaterapia.

Na aromaterapia, através dos órgãos dos sentidos são absorvidas substâncias curativas que em certas pessoas conduzem a efeitos surpreendentes.

Dos antigos médicos temos o conhecimento do tratamento dos diferentes tipos de constituição. Cada pessoa tem de ser considerada apenas como ela própria. Encontramos os mesmos conceitos na Medicina Tradicional da Europa, na Ayurveda, na Medicina Tradicional Chinesa  e na Medicina dos Indios da América do Norte.

 

Para a alimentação não é possível fazer recomendações de carácter geral, mas apenas diferentes variantes individuais em função da constituição de cada pessoa e da doença.

 

Nas palavras de Rolling Tunders, Xamã  norte-americano, é possível conduzir e controlar PHYSIUS até um determinado grau. O mesmo é possível com PSIQUE e INTELECTO. Qualquer hiperdesenvolvimento de uma área conduz inevitavelmente ao hipodesenvolvimento de uma outra área, e qualquer forma de hipodesenvolvimento é perigosa e ameaçadora.

 

Por tanto, quem quiser curar tem de mobilizar no doente as forças de auto cura que se encontram desequilibradas, tentando, pela aplicação dos seus conhecimentos, restabelecer o equilíbrio.

 

Havendo excesso de nutrição (actualmente um dos piores males!), o metabolismo do fígado e, portanto, o metabolismo geral do corpo fica em ruínas, como é o caso do reumatismo ou da formação de um tumor. No caso de graves doenças civilizacionais resultantes de uma forma de vida cada vez mais artificial que a própria humanidade provoca e aceita, o fígado e o metabolismo geral têm de ser tratados em conjunto, para que dessa forma a doença de base possa ser curada, mas o doente tem de reconhecer a sua própria dimensão, a fim de abandonar as substâncias e as causas que conduziram à sua doença. Também é preciso saber da boca do doente quais foram as relações entre metabolismo e causas psíquicas e espirituais que deram origem ao processo.

 

Emoções tanto podem provocar doenças como conduzir à sua cura. Emoções negativas irregulares como desgosto, medo, pânico, depressão, etc., exercem uma devastadora influência negativa sobre o sistema imunitário humano. Assim, sob stress permanente, a produção de anticorpos, que impedem, p. ex., o aparecimento de células cancerígenas, são de tal forma reduzidos que o cancro pode avançar quase sem impedimentos. No entanto, como as pessoas aceitam o stress como consequência inevitável de todo o desenvolvimento moderno, nem sequer pensam em eliminar as suas causas assassinas. As pessoas tendam, como também até agora na Medicina, tenta-se dar um pontapé nos sintomas ‒ com medicamentos e terapias constantemente a surgirem de novo.

 

Só depois de serem próprias conhecidas e eliminadas as causas de doenças e de não se considerarem as sensações físicas e espirituais como o simples funcionamento de uma máquina é que será possível entender-se a seriedade da cura e das forças de auto cura.

 

Entretanto, resta a possibilidade de se andar às apalpadelas na emaranhada multiplicidade da Medicina, da actual oferta de produtos naturais e das recomendações por vezes contraditórias. Resta esperar que as pessoas sejam capazes de se decidirem pelo que é correcto, considerando que, qualquer que seja a decisão, é preciso acompanhá-la durante algum tempo de forma lógica e disciplinada. Só dessa forma será possível avaliar o sucesso ou o fracasso de uma terapia.

 

Quando há 30 anos atrás, juntamente com o feliz, abandonei a sociedade em que “vivia” e procurei a vida, comecei a interessar-me ao mesmo tempo pelas inter-relações existentes entre todos os processos da vida.

 

Era preciso explorar e entender o Fogo, a Terra, a Água e o Ar. No isolamento escolhido, comecei então a viver verdadeiramente com esses elementos.

 

Graças à Vida

 

Maria Feliz

Eremitagem, 29.01.2016

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